O PENSAMENTO DE ROBERTO CAMPOS
1. Assíduo leitor, que sou, da filosofia prudencial dos
chineses, considero-me vacinado contra tentações oratórias,
por lembrar-me sempre do provérbio atribuído (se não
me falha a memória) a Lao-Tsé, segundo o qual "aquele
que sabe não fala e aquele que fala não sabe".
Aligeiro-me, outrossim, da responsabilidade de prometer, pois acredito
que a marca do homem útil é ser lento de promessa
e veloz de execução. (14.03.1995, no discurso de
posse no cargo de diretor-superintendente do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico).
2. A questão é hoje menos de saber se os governos
devem ou não intervir no domínio econômico,
através do planejamento, que de determinar a forma e escopo
desse planejamento.
3. É preciso não esquecer que, a fim de o desenvolvimento
econômico se tornar cumulativo e automático, são
necessários investimentos maciços, os quais dificilmente
ocorrerão se os recursos disponíveis tiverem que ser
dispersados por todas as regiões de um país subdesenvolvido.
4. No caso brasileiro não seria realista esperarmos surgisse
espontaneamente uma expansão da produtividade agrária
comparável à do Canadá e dos Estados Unidos.
De outro lado, uma revolução forçada, do tipo
soviético, seria psicologicamente difícil e culturalmente
inaceitável.
5. A lição da experiência é que o desenvolvimento
econômico, para ser contínuo e estável, tem
que ser financiado por meios não inflacionários.
6. Sejam quais forem as pressões inflacionárias, uma
administração monetária severa sempre poderá
dominá-las, pois se as autoridades monetárias se recusarem
a emitir moeda, a inflação, mais cedo ou mais tarde,
chegará a um fim.
7. Para encurtar a história, declaro que considero a Petrobrás
útil, porém o seu aspecto monopolístico retardador
do desenvolvimento econômico é infenso à segurança
nacional, quando bem compreendidos tanto o desenvolvimento econômico
como a segurança nacional.
8. Por senso político freqüentemente se entende, em
nosso país, a adoção de soluções
agradáveis a curto prazo, porém inteiramente quiméricas
a longo prazo. (janeiro de 1959)
9. Todos sabemos que a ajuda externa não pode substituir
em nenhum país o esforço próprio da economia,
do qual depende fundamentalmente o desenvolvimento econômico.
(maio de 1957)
10. Várias e importantes são as contribuições
que a CEPAL tem prestado ao pensamento econômico da América
Latina e à política de seus governos. (...) não
só realizou uma obra técnica como, também,
uma obra educativa de primeira qualidade. (29.07.1959)
11. Contemplando nossa paisagem, onde sobram vestígios de
persistente irracionalidade no trato de certos problemas,
como o desenvolvimento petrolífero ou o controle populacional,
assaltam-me freqüentemente cruéis dúvidas sobre
os instintos democráticos do Criador, na distribuição
de talento... (outubro de 1968)
12. O estupro da Tchecoslováquia reabriu de forma candente
o velho debate sobre a compatibilidade entre socialismo e democracia
(1968)
13. Para Karl Marx a ditadura do proletariado seria apenas um estágio
na evolução dialética. Abolidas as classes
e a propriedade privada, assistiríamos ao "fenecimento
do Estado" e a floração da liberdade. Infelizmente
Marx era bom filósofo, medíocre profeta e mau político.
14. A despeito de uma pomposa e tola titulação - "política
independente" - a doutrina San Tiago Dantas, executada com
habilidade de atleta de piscina olímpica e hoje imitada por
nadadores de tanque de quintal, continha boa dose de racionalidade.
15. O nosso problema atual é menos de instituição
que de material humano. Com nossa inextinguível mania de
procurarmos bodes expiatórios, localizamos hoje dois novos:
os militares e as eleições indiretas. Ora, como os
militares só entraram em cena "chamados" pelos
políticos, e ante o fracasso da classe política, é
extremamente improvável que a retirada militar, por desejável
que pareça, elimine miraculosamente a "crise".
Afinal de contas, a "revolução tenentista"
foi apenas uma resposta à crise da República Velha;
o "manifesto dos coronéis" uma resposta à
crise varguista, e a "revolução dos generais",
em 1964, uma conseqüência da crise janguista. (novembro
de 1968)
16. A inflação é um monstro brutal e cruel
que tortura particularmente os assalariados. Infelizmente é
impossível controlá-la pelo simples tabelamento de
preços e punição dos especuladores.
17. O desafio brasileiro é dual: elevar o nível de
renda por habitante e diminuir a brecha que nos separa dos países
mais industrializados. O primeiro objetivo visa a evitar a mutilação
da pessoa humana pelo espectro da pobreza. O segundo é um
requisito de poder nacional e um antídoto para o ressentimento
e frustração oriundos da inferioridade econômica.
18. ... jornal cuja objetividade é inconstante, enquanto
constante é sua capacidade de elegantes preconceitos. (Sobre
o jornal francês Le Monde)
19. Para muitos jovens clérigos, educados na infalibilidade
dos dogmas, parece mais fácil aderir aos rígidos dogmas
da revolução social do que experimentar com a fria
corrente da razão, e a paciente acomodação
exigida pelo desenvolvimento econômico de tipo democrático.
(1969)
20. ... há um sério desafio à diplomacia latino-americana.
Sobram construtores de muros. Precisa-se urgentemente de construtores
de pontes. (1969)
21. A psicologia de berçário, que herdamos do hino
nacional ("gigante ... deitado eternamente em berço
esplêndido...") e o ufanismo das riquezas naturais (as
quais são apenas recursos à espera de investimentos),
que mamamos nos livros escolares, têm agido como narcotizantes
da vontade nacional de desenvolvimento, transformando-nos no país
do futuro, enquanto afanosamente conquistam o presente.
Infelizmente, como já disse alhures, a chupeta do otimismo
é mau substituto para a bigorna do realismo.
22. Podemos continuar optando pela manutenção dos
tabus petrolíferos, pela hostilização de investimentos
estrangeiros, pelo subvencionamento do consumo em prejuízo
dos investimentos. Podemos preferir aplaudir-nos a nós mesmos.
Mas, como nos koan e satori do zen-budismo, quem nos
dará finalmente a clara intuição de que "nada
soa a mão que aplaude sozinha?" (junho de 1969)
23. O importante para nós é maximizar a velocidade
do crescimento da renda, da criação de empregos, da
absorção de tecnologia. O resto é sentimentalismo...
24. Castello Branco foi um homem de autoridade, que exercia
o uso, sem deleitar-se no abuso, do poder. O poder era para
ele um dever e uma responsabilidade, um instrumento de coesão
e disciplina social e não um objeto de busca desvairada.
Lograva conciliar uma grande modéstia pessoal com um senso
de autoridade institucional.
25. Sem dúvida, Castello Branco, como ditador, merece um
prêmio de originalidade. Ao que se saiba, foi o único
autoritário da História que em Ato Institucional cassou
do próprio punho a faculdade de reeleger-se, mesmo antes
de completar um período regular de governo.
26. O tabelamento de juros, se for pra valer, provocará distorções;
se não funcionar, será contraproducente.
27.No momento, a política externa está sendo tratada
como resíduo da política interna: inexistente doutrina,
sobrando acomodações jeitosas... (1969)
28. O nosso problema atual é menos de instituições
que de material humano.
29. ...convém verificarmos se a iniciativa privada triunfará
nos testes que estão pela frente. Receio que tenhamos de
nos refugiar na melancólica observação de Ortega
y Gasset: "Os homens dizem o que querem e fazem o que podem".
(1967)
30. Nada impede que absorvamos também a experiência
universitária de outros países. Todo o conselho é
bom, desde que a gente não seja obrigado a aceitá-lo.
31. ... vejo mais mérito num crescimento moderado e contínuo
que em bruscas expansões, seguidas de um inevitável
período de ajustamento e contração. Tudo indica
que isto seja verdadeiro também nas economias socialistas.
O "grande salto adiante" de Mao Tsé-Tung talvez
tenha sido um grande passo atrás.
32. É a inflação que produz altas taxas de
juros e não as altas taxas de juros que produzem a inflação.
33. Mudou o FMI ao longo dos anos. E mudou a economia brasileira.
Só não mudaram nossos mitos e chavões. "L'imbécile
- dizia Raymond Cartier - est celui qui ne change pas".
34. O prosseguimento de nossa trajetória de desenvolvimento
exige que se superem os falsos conflitos, que se enfrentem
as reais dificuldades e que se busque a realidade
e não o encantamento. Exige, enfim, uma nova realidade.
35. Sempre me revoltei contra a paralisia do medo e a intimidação
pelo slogan, que ao longo dos anos nos têm impedido
qualquer discussão racional do problema do petróleo
e agora... da petroquímica.
36. Nossa primeira responsabilidade continua a ser o desenvolvimento
do Brasil.
37. São hoje cinco as potências que dispõem
de armas nucleares, multiplicando a tentação da imprudência
e o risco de acidentes. Há demasiadas mãos no gatilho
neste pobre planeta...
38. As nações, como os indivíduos, têm
o seu momento de verdade. O momento em que, afastadas as ilusões,
têm de reexaminar seus propósitos e corrigir seus métodos,
a fim de controlar o destino, ao invés de se escravizarem
às circunstâncias. (1967, ao deixar a Pasta do Planejamento).
39. A tarefa do planejador deve ser um misto de prudência
e inconformismo. Prudência para aceitar os fatos.
Inconformismo, para rejeitar a fatalidade.
40. Persistem em nossa cultura e em nosso caráter elementos
antagonísticos ao desenvolvimento. O primeiro desses elementos
é o baixo nível de racionalidade de nosso comportamento,
associado talvez ao tipo de educação beletrista e
memorativa. A capacidade de exteriorizar emoções é
mais prezada que a capacidade de resolver problemas.
41. A todos os aniversariantes é lícito formular um
desejo, ainda que inatingível, frívolo ou paranóico.
Se me perguntarem que voto fazer em meu aniversário, eu parafrasearia,
num contexto menos trágico e mais vaidoso, o que disse Malraux:
"O mundo começou um dia a ficar parecido com meus livros".
Malraux escrevera sobre o perigo, o combate e a revolução,
e o mundo logo depois mergulhou na rebelião e nas guerras.
As minhas guerras foram incruentas: a guerra contra a inflação
e o subdesenvolvimento. Ficaria muito mais feliz que Malraux se
o país um dia ficasse um pouco mais parecido com os meus
planos: o plano do desenvolvimento com estabilidade, o plano
da democratização das oportunidades. (Discurso
no Copacabana Palace em 17.04.1967, ao completar 50 anos).
42. ... no socialismo as intenções são melhores
que os resultados, e no capitalismo os resultados melhores que as
intenções.
43. O camelo é um cavalo planejado por um comitê de
economistas; nem por isso é um animal inútil...
44. O demagogo prospera na promessa fácil e na postura acomodatícia...
sua luz é intensa mas dura pouco, porque explora as folhas
do presente e não as raízes do futuro...
45. O estadista respeita o povo; o político adula o povo.
Este cultiva os preconceitos e insufla as paixões. Aquele
reforma os conceitos e racionaliza as emoções.
46. À parte o doce exercício de xingar os norte-americanos
em nome do "nacionalismo" - coisa que nos exime de pesquisar
as causas do subdesenvolvimento e permite a qualquer imbecil arrancar
aplausos em comícios - em poucos esportes haverá mais
deleite do que atribuir nossas frustrações à
presença dos militares na administração e na
política. Um pouco mais de autocrítica, entretanto,
nenhum mal faria à classe "política". (novembro
de 1967)
47. É preciso à Igreja optar entre ser o fermento
de reformas modernizantes e o estopim do radicalismo convulso.
É preciso sobretudo reconhecer como Gregório que a
"fé de nada vale sem o discernimento da sabedoria..."
(dezembro de 1967)
48. No Brasil, onde as idéias aportam com bastante atraso,
especializamo-nos em combater falsos inimigos, em defender "riquezas"
em superprodução, e em repetir arcaicos erros em nome
da originalidade de comportamento. (janeiro de 1968)
49. A vera raiz da crise política está na carência
de elites políticas tanto civis como militares. O êxito
de qualquer processo político depende de uma razoável
conjugação de "operadores" e "comunicadores";
de "capacidade de comunicação" e "competência
de administração". A verdade é que os
nossos poucos administradores competentes não têm sabido
comunicar-se. E aos demagogos comunicativos têm faltado seriedade
e competência administrativa. (janeiro de 1968)
50. É compreensível que os jovens queiram salvar o
mundo e nesse processo exibam inquietação e indisciplina.
Apenas, como dizia Hemingway: "Deixai que os que querem salvar
o mundo o façam... desde que o vejam bem e como um todo..."
(fevereiro de 1968)
51. Como gostaria de pensar que estão erradas as projeções
futuríveis de Herman Kahn! Como gostaria de pensar que nos
seria possível, sem repressão do consumo interno e
sem capitais estrangeiros, alcançar um nível de investimentos
capaz de dar ocupação produtiva a 1 milhão
de pessoas que chegam anualmente ao mercado de trabalho, e empregar
melhor as vítimas do desemprego disfarçado
de hoje!
52. O importante no momento brasileiro é uma canalização
construtiva do idealismo da juventude, que encara com cinismo a
experiência cansada dos velhos - confundindo prudência
com reacionarismo - mas, de seu lado, conhece apenas a fórmula
da dinamite e não a do cimento armado. (abril de 1968)
53. Temos em nossas mãos a capacidade de fabricar nosso próprio
destino.
54. Temos irreprimível paixão por uma interpretação
conspiratória da História... interpretação
que, segundo Schlesinger, é quase sempre atraente e quase
sempre falsa.
55. ... o mundo soviético não poderá indefinidamente
manter o Gênio aprisionado na garrafa: à descentralização
das decisões econômicas terá que corresponder
mais cedo ou mais tarde o abandono do "centralismo democrático".
(agosto de 1968)
56. A grande força de nossos dias não é o nacionalismo
do Estado-Nação e sim o nacionalismo das etnias regionais.
Na realidade, o Estado-Nação está em declínio.
Aos antigos mapas geográficos, que singularizavam países
como unidades políticas e administrativas, se superpõem
hoje siglas - EEC ou NATO, por exemplo - que denotam grupamentos
militares ou econômicos. (08.07.1990)
57. No primeiro quarto deste século, vingou a utopia socialista.
O segundo quarto assistiu ao nascimento, paixão e morte do
nazi-fascismo. No terceiro quarto, capitalismo e comunismo se digladiaram
na guerra fria. Neste último quarto de século, os
velhos "ismos" cada vez mais cedem lugar ao liberalismo.
(08.07.1990)
58. ... a diplomacia é como um filme pornográfico:
é melhor participar do que assistir... (23.04.1989)
59. A Revolução Francesa declarou os direitos do homem,
mas certamente não os praticou. Só quase um século
depois é que a França descobriria a democracia. Agora,
que foi um bom artigo de exportação, isso foi... Várias
revoluções do mundo nela buscaram inspiração,
inclusive as revoluções latino-americanas, que nunca
se celebrizaram pela tenacidade democrática ou sua afeição
aos direitos humanos. O diabo das revoluções é
que têm um "r" demais. (30.07.1989)
60. ... a experiência de Gorbachev é certamente o espetáculo
mais interessante de nossa época. (09.10.1988)
61. Os ocidentais torturam-se em prever o futuro; os soviéticos
torturam-se em reescrever o passado. (18.12.1988)
62. Marx foi o pior dos profetas: vaticinou a explosão do
capitalismo e o que ocorreu foi a implosão do socialismo.
Aliás, o iracundo profeta que denunciou a espoliação
burguesa era um espoliador nato. Vivia às custas de Engels
e, em vez de botar salário no bolso de sua pobre empregada
em Londres, botou-lhe um filho no ventre. (31.12.1989)
63. A integração brasileira na economia internacional
parece ser uma alternativa de que não poderá fugir
o próximo governo da República. (10.09.1989)
64. O capitalismo democrático é o formato que mais
probabilidade tem de nos fornecer a delicada e desejada mistura
de satisfação social, eficiência econômica
e liberdade política. Em suma, o desenvolvimento com liberdade...
(13.11.1988)
65. Há grande probabilidade de término da "era
Reagan". Mas há também alta probabilidade de
continuação do "efeito Reagan". Na realidade,
a despeito de seu desleixo administrativo e tosca formação
acadêmica, Reagan criou uma nova "cultura", que
se espalhou pelo mundo e que garantirá sobrevida ao neoliberalismo:
a desgravação fiscal, a desregulamentação
e a privatização. (14.08.1988)
66. A diplomacia é a arte de ver "antes", não
necessariamente de ver "mais". E nunca vez demais. (17.09.1989)
67. Dizia-se que a UDN era um partido burro de homens inteligentes.
Nossa política externa tem sido uma política burra,
feita por homens inteligentes. (17.09.1989)
68. A vantagem do capitalismo é que, por ter exemplos de
sucesso, admite fracassos e tem mecanismos de correção.
Para os socialistas, ao invés, o fracasso é apenas
um sucesso mal explicado. (20.05.1990)
69. Exceto no Brasil, onde as idéias chegam com atraso como
se fossem queijos que necessitam amadurecimento, a social-democracia
não é percebida como o último reduto do dirigismo
e sim como o primeiro capítulo do liberalismo. (14.01.1990)
70. Os comunistas brasileiros têm razão ao dizer que
não é verdade que comam criancinhas. No "socialismo
real" a preferência histórica é por matar
adultos... (05.11.1989)
71. O episódio da desintegração da Alemanha
Oriental documenta a validade da jocosa definição:
o capitalismo é o regime onde os imigrantes querem entrar
e o comunismo o regime de onde os emigrantes querem sair. (05.11.1989)
72. No Brasil quase todos os presidenciáveis falam no capitalismo,
conquanto não se saiba bem se querem a cabeça ou gostam
do bolso dos capitalistas... (16.07.1989)
73. Tardiamente, cria-se entre os economistas brasileiros uma larga
faixa de consenso. Marx é bom para as livrarias e Adam Smith
é relevante para o mercado. E como a gente vive mais no mercado
que nas livrarias, é tempo de perestroika. (03.07.1988)
74. Se me perguntassem sobre o nível do debate econômico
do país, eu diria que é uma razoável aproximação
do Q.I. das amebas... (04.12.1988)
75. O Brasil é a grande amante de todos nós. Continuaremos
amando-a, ainda que corneados. (05.02.1989)
- Estes trechos foram extraídos dos seguintes livros de Roberto
Campos: O século esquisito; Reflexões do
crepúsculo; Na virada do milênio; Antologia
do Bom senso - Topbooks, Rio de Janeiro; e Economia, Planejamento
e Nacionalismo; Temas e Sistemas; Ensaios contra a
Maré; Do outro lado
da cerca - APEC Editora, Rio de Janeiro.
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