FERREIRA GULLAR LETRISTA: PARCEIRO DE GRANDES COMPOSITORES

TV Globo, “Jornal Nacional”, segunda-feira, 5 de dezembro de 2016. No enterro de Ferreira Gullar, o cantor Fagner fala sobre seu orgulho em ter composto com o poeta maranhense o sucesso “Borbulhas de amor”. Depois entra um depoimento de Caetano Veloso, contando como gostou dos versos criados por Gullar para sua canção “Onde andarás”, que gravou em 1966, no LP Caetano Veloso. Ao final da reportagem, uma das netas, muito emocionada, declama a letra que o avô fez para “Trenzinho do caipira”, parte integrante da peça Bachianas Brasileiras nº 2, de Heitor Villa-Lobos, que Gullar inseriu no seu livro Poema sujo, editado em 1976.

Dois anos antes, ele contara, num programa da TV Cultura (reapresentado na terça-feira, dia 6), que passou vinte anos tentando colocar letra nessa obra do maestro Villa, sem conseguir.  Num dia de 1976, durante seu exílio político em Buenos Aires, começou a “vomitar” (sic) o que viria a ser o famoso Poema sujo, e “em vinte minutos fiz a letra para o ‘Trenzinho do caipira’.”

Ferreira Gullar foi um de nossos maiores poetas, e seu imenso legado como intelectual e artista abarca, entre muitas outras áreas, as artes plásticas, a crítica, o ensaísmo, a dramaturgia e o jornalismo; mas é como compositor popular que ele será lembrado eternamente pelo povo.

Clique na capa do livro para mais informações, e veja aqui a lista das canções que ganharam letras do poeta, com suas gravações originais;  algumas, como “Trenzinho”, foram gravadas por vários artistas. Todas estão ilustradas no livro por belas xilogravuras do cearense Ciro Fernandes.